Nova geração da Homeopatia
Acaba de ser criado o Departamento APH Jovem, sob
a coordenação do Dr. Lucas Franco Pacheco. Nesta
entrevista, ele fala sobre a importância dessa iniciativa.Dr. Lucas Franco Pacheco
Como surgiu a idéia de criar a APH Jovem?
É principalmente a de aprimorar o conhecimento de Homeopatia entre os recém-formados na especialização, que é a vigésima oitava em número de especialistas, com 2458 médicos registrados, e a terceira colocada na média de idade mais elevada entre os praticantes, com 56,49 anos, perdendo apenas para perícia médica, com 57,68 anos, e patologia clínica, com a média de 57,89 anos. Assim, ao fortalecer o conhecimento e a prática dos recém-formados, estaremos estimulando estes médicos a exercerem a especialidade e também a prestarem a prova de título de especialista. Muitos médicos, ao terminar a especialização, acabam por não exercer a Homeopatia e não prestam a prova de título por achar que apenas 2 anos de curso não foram sufi cientes.
Qual será a prioridade da APH Jovem?
Dar apoio aos Médicos Homeopatas recém-egressos da especialização. A Homeopatia é um vasto campo de conhecimento e, como dissemos, 2 anos de especialização, para muitos médicos, fi ca aquém do necessário para uma base sólida a ser aplicada na prática médica, seja ela na atenção primária, secundária ou terciária. Com a APH Jovem, o médico recém-formado em Homeopatia, oriundo de qualquer curso de especialização de Homeopatia no Brasil – reconhecido pelo nosso órgão de classe -, poderá praticar por mais dois anos, com ambulatórios tutorados, dentro da Associação Paulista de Homeopatia. Poderá assim aprimorar os conhecimentos prático e teórico, benefi ciando ainda mais a população com uma Homeopatia de qualidade.
Que projetos a APH Jovem pretende desenvolver?
A APH Jovem já iniciou suas atividades com ambulatório tutorado mensal, apresentação de trabalhos, organiza- ção de jornadas e cursos. Quem mais ganha com isso é a própria população, que teve aumento no número de ofertas de consultas na APH.
Por que acha que diminuiu o número de jovens médicos que opta pela Homeopatia como especialidade?
A medicina hoje está em crise de conceito. Há um ano, foi publicado no jornal do CREMESP um artigo em que um professor de medicina da USP pergunta a todos os calouros da faculdade, em seu primeiro dia de aula: por que decidiu cursar medicina? A maioria das respostas foi: por amor, para ajudar o próximo. Aí fi ca a pergunta: por que, depois de cursar os 6 anos de medicina, o aluno escolhe a especialidade que mais lhe dá retorno fi nanceiro, a que lhe propicia mais prestígio e menos contato com paciente, ao invés de fazer uma escolha motivada pelo amor? O que acontece durante os anos de faculdade para que o aluno entre por amor e saia fazendo escolhas por dinheiro? A verdade é que a faculdade de medicina esteriliza o aluno, que é massacrado durante 6 árduos anos por um ambiente que não aceita nenhum outro tipo de terapêutica que não seja a alopática, química, reducionista, mercantilista, materialista e dualista. O próprio aluno não sabe que sua prática se baseia necessariamente nessas premissas, pois em nenhum instante é questionado o dogma terapêutico dominante ou a epistemologia em que está inserido. Não se discute o conceito de cura e ao fi nal do curso o aluno acredita que a cura é o silêncio dos órgãos, crê apenas na mera paliação dos sintomas, fruto de uma medicina que serve à industria e não ao paciente. Com isso, uma especialidade que se baseia na cura pelo semelhante, que é vitalista, holística, centrada na pessoa, que busca a cura e não meramente a paliação imediatista dos sintomas, é buscada apenas pelos raros sobreviventes da escola médica que não se deixaram esterilizar pela doutrina Flexneriana imediatista e paliativista. O médico que escolhe se especializar em Homeopatia é aquele que mantém em si os motivos pelos quais ingressou na faculdade de medicina: o amor e a ajuda ao próximo.
Diretoria da APH: (esq. para dir.) Dr. Ariovaldo Ribeiro Filho, Dr. Rubens Dolce Filho, Dr. Ivanor Tonini, Dr. Sergio Eiji Furuta, Dr. Pedro Ozzi, Dr. Rafael E. G. Karelisky, Dra Marcia Vilhora
Por que escolheu ser homeopata?
Eu escolhi fazer medicina para fazer Homeopatia. Meu pediatra Homeopata, grande Dr. Antônio Alfredo, por quem tenho grande carinho e admiração, me homeopatizou desde meus primeiros meses de vida. Minha mãe, dentista, vendo Dr. Alfredo me tirar de crises de asma com Arsenicum album e me curar de escarlatina com Belladonna, também se interessou e fez especialização em Homeopatia. Estudei na Escola de Medicina e Cirurgia da UNIRIO, fui aluno e monitor do prof. Francisco Freitas, que também foi meu orientador nos projetos de extensão e pesquisa universitáriano qual tratávamos ambulatorialmente os idosos com Homeopatia, através do Programa Renascer. Nós também medicávamos as criancinhas internadas na enfermaria de pediatria do HUGG – Hospital Universitário Gaffrée e Guinle – com medicamentos Homeopáticos. Foi daí que surgiu minha monografi a e, também, a certeza de que a Homeopatia é o meu caminho.
Que outros cursos fazem parte de sua formação?
Durante a graduação estudei clínica médica na universidade de Turin, na Itália, e Medicina de Família e Comunidade na Universidade de São Paulo. Ao terminar o curso de medicina, em 2013, ingressei direto na especializa- ção de Homeopatia na ALPHA/APH e terminei agora em março de 2015.
O que significa para você estar à frente deste novo trabalho?
Significa muita responsabilidade e grande chance de crescimento. Sinto que agora é a oportunidade que tenho para ajudar a Homeopatia a conquistar cada vez mais espaço, a melhorar a qualidade dos médicos recém- formados, a estimular o estudo e a aquisição de conhecimentos, chegar cada vez mais próximo do simillimum, curando cada paciente no mais profundo de seus sofrimentos, e da forma mais rápida, suave, duradoura e menos nociva, assim como nos ensinou Hahnemann.
Autor: Dr. Lucas Franco Pacheco, Médico com título de especialista em Homeopatia pela AMHB-AMB.
site: www.doutorlucashomeopatia.com.br
One comment
Gostaria de saber se Tecnico em Terapia que tem o seu CRT cancelado e foi descredenciado pode continuar ou trabalhando na aérea e também dar consultas de homeopatias