A pregabalina e a gabapentina estão associadas a um aumento do risco de comportamento suicida, overdoses involuntárias, ferimentos na cabeça / corpo e acidentes e infracções de trânsito. A pregabalina está associada a riscos maiores destes resultados do que a gabapentina.

Foi publicado no periódico científico BMJ no dia 12 de junho de 2019, por Yasmina Molero et al, uma pesquisa científica que avaliou as associações entre gabapentinoids e os resultados adversos relacionados a distúrbios de coordenação (lesão na cabeça ou no corpo, ou ambos e acidentes e de infracções de trânsito), saúde mental (comportamento suicida, overdose não intencional) e da criminalidade.

Os gabapentinoides possuem propriedades anticonvulsivantes, analgésicas e ansiolíticas. Os dois principais gabapentinoides, gabapentina e pregabalina, estão atualmente aprovados para o tratamento de epilepsia e distúrbios de dor neuropática na Europa (incluindo a Suécia). A pregabalina também é aprovada para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada na Europa e recebeu aprovação para o tratamento da fibromialgia nos Estados Unidos.

A pesquisa avaliou 191.973 pessoas do Registro Sueco de Medicamentos com Receita Médica que coletaram prescrições de gabapentinoides (pregabalina ou gabapentina) durante 2006-2013.

 As principais medidas de desfechos primários foram comportamento suicida, overdoses involuntárias, lesões na cabeça / corpo, acidentes de trânsito e crimes, além de prisões por crimes violentos.

Uma regressão proporcional dos riscos proporcionais de Cox foi realizada comparando os períodos de tratamento com os períodos sem tratamento dentro de um indivíduo.

Os participantes serviram como controle próprio, o que explica os fatores invariantes no tempo (por exemplo, fatores genéticos e históricos) e reduz a confusão por indicação. Ajustes adicionais foram feitos para idade, sexo, comorbidades, uso de substâncias e uso de outras drogas antiepilépticas.

Resultados: Durante o período de estudo, 10,026 (5,2%) dos participantes foram tratados para o comportamento suicida ou morreu, 17144 suicídio (8,9%) experimentaram uma sobredosagem não intencional, 12,070 (6,3%) teve um acidente ou infração de trânsito, 70.522 (36,7%) tinham ferimentos de cabeça / corpo, e 7.984 (4,1%) foram presos por um crime violento.

Em análises dentro de cada indivíduo, o tratamento com gabapentinoide foi associada a maior risco de comportamento e de suicídio mortes suicidas (razão de risco ajustada para 1,26 idade, intervalo de confiança de 95% 1,20-1,32), sobredosagem não intencional (1,24, 1,19 para 1,28), lesões na cabeça / corpo (1,22, 1,19 a 1,25), e acidentes de trânsito e ofensas (1,13, 1,06 a 1,20).

Associações com prisões por crimes violentos foram menos claras (1,04, 0,98 a 1,11). Quando os medicamentos foram examinados separadamente, a pregabalina foi associada a um aumento do risco de todos os desfechos, enquanto a gabapentina foi associada a uma diminuição ou sem riscos estatisticamente significativos. Ao estratificar por idade, o aumento dos riscos para todos os desfechos foi associado a participantes com idade entre 15 e 24 anos.

Conclusões : Este estudo sugere que os gabapentinoides estão associados a um risco aumentado de comportamento suicida, overdoses involuntárias, lesões e acidentes na cabeça / corpo e infracções de trânsito. A pregabalina foi associada a riscos maiores destes resultados do que a gabapentina.

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Prof. Dr. Lucas Franco Pacheco – Médico especialista em Homeopatia pela AMHB – AMB, Professor da Faculdade de Medicina de Pouso Alegre – UNIVAS.
Diretor da Associação Paulista de Homeopatia – APH – triênio 2018-2020.