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Solanum malacoxylon como tratamento homeopático

Solanum malacoxylon

Solanum malacoxylon

 

Solanum malacoxylon

Autor: Prof Dr Claudio Martins Real – Médico Veterinário.

Trata-se de uma planta arbustiva pertencente ao gênero das Solanaceas cujo “habitat” são solos úmidos e argilosos, vegetando muito bem nessas condições desde a região do Pantanal Sul-mato-grossense ao Pampa argentino.
Na Argentina, desde o século XIX, era conhecido o “Enteque Seco”, uma doença que ocorria em bovinos que fora descrita pela por primeira vez por LIGNIÈRES, (1889), e cujo quadro clínico se caracterizava por calcificações generalizadas em órgãos e tecidos moles, levando ao definhamento e morte dos animais. A patogenia dessa doença permaneceu por muito tempo ignorada, sendo inicialmente considerada como uma Pasteurelose. Somente em 1962, no século XX, é que a doença foi reconhecida oficialmente como causada por uma intoxicação de origem vegetal sendo o Solanum malacoxylon, Sendt, a planta responsável por esta intoxicação.
No Brasil, em abatedouros, PARDI et al, em 1947, descreveram a calcificação de órgãos de bovinos em animais provenientes do Pantanal Sul-mato-grossense, sendo que o homem pantaneiro, de longa data, já  reconhecia a existência de uma doença no gado em tudo  semelhante ao Enteque Seco  por ele  conhecida e denominada de “Espichamento” ou “Espichadeira”. Essa denominação foi dada em função do tipo de andadura, característica dos animais com os membros retesados como decorrência da calcificação dos tendões dos mesmos. Essa doença, mais tarde em 1971, foi reproduzida em bovinos por DOBEREINER et al com a administração de Solanum malacoxylon, que havia sido  coletado três anos antes no Pantanal.
O princípio tóxico da planta atualmente é reconhecido como a Vitamina D3   (1-25-dehidrocolecalciferol) e reproduz um quadro clinico de uma Hipervitaminose D.  Segundo  ALAIN HORVILLEUR, in  SOLANUM MALACOXYLON,  a planta contem ainda a diosgenine e o ß sitostérol, e também as enzimas cholecalciferol-25 hydroxylase e a 25 hydroxycholecalciferol-1a hydroxylase, que seriam capazes de hidroxilar o colecalciferol em metabólitos ativos e ainda os alcalóides: solasodine, solanine.
Como professor de Clínica e Reprodução (UFRGS) e como Homeopata, as caraterísticas da intoxicação por Solanum malacoxylon despertaram nossa atenção reconhecendo nesta planta a possibilidade dela se tornar um potencial e útil medicamento homeopático. Estávamos na década de 70 mais precisamente em 1976 e as Matérias Médicas Homeopáticas consultadas na época não continham a patogenesia do Solanum Malacoxylon.
Os exemplares da planta para o preparo da tintura mãe – TM – e demais dinamizações foram colhidos no banhado situado à margem direita do rio São Gonçalo, zona fronteiriça ao porto da cidade de Pelotas, RS. A TM e as dinamizações foram preparadas de acordo com as normas previstas na Farmacopeia Homeopática Brasileira utilizando-se as cascas secas das hastes mais grossas e folhas da planta.
Numa granja leiteira em Porto Alegre, RS, foi realizado, trabalho experimental em bezerras  holandesas HPB sadias, visando comprovar a eficácia das dinamizações obtidas. Neste trabalho publicado em 1981 ficou comprovada que a ação do Solanum preparado homeopaticamente (dinamizado) no organismo sadio obedecia a lei fundamental da homeopatia, a denominada Lei dos Semelhantes, Similia Similibus Curantur. (Arq. Fac. Vet. UFRGS. Porto Alegre, 9 :179-190,Dez.1981 “SOLANUM MALACOXYLON. SENDT: POSSIBILIDADE DE SEU EMPREGO EM TERAPÊUTICA  HOMEOPÁTICA”.
Esta publicação contém ainda dois adendos:
1º) Descrição do primeiro caso clínico tratado em outubro de 1980 com Solanum malacoxylon no Hospital da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS: tratava-se um cão Pastor Alemão, de quatro meses que sobreviverá a Parvovirose, doença que a época era altamente letal (80-95%). Esse animalzinho receberá, na convalescência, como reforço durante 12 dias, injeções diárias intravenosas de 1g de gluconato de cálcio e 1g de vitamina C.
A sintomatologia principal era uma grave e constante dispnéia. Uma radiografia realizada na ocasião evidenciou que a sintomatologia era resultante de uma extensa calcificação pulmonar. A excessiva dose de cálcio, em relação ao pequeno porte do animal, fora a responsável pela calcificação pulmonar encontrada e o consequente quadro clínico, era uma típica Doença Iatrogênica.
O tratamento indicado foi: Solanum malacoxylon 5CH, oito gotas 3x/dia. Em cinco dias essa medicação promoveu não só desaparição dos sintomas como também a descalcificação pulmonar conforme nova radiografia realizada no Hospital Veterinário da UFRGS.
2°) Patogenesia do Solanum malacoxylon. essa patogenesia foi por nós elaborada considerando os sintomas clínicos e os dados anatomopatológicos observados na intoxicação pela planta, em animais. Ela foi posteriormente publicada pelo Médico Homeopata Prof. Dr. Alfredo Eugênio Vervlot no suplemento de sua tradução do livro “Matéria Medica with Repertory” de  William  Boerick. “Matéria Médica com Índice Terapêutico Dr. William Boerick” 1ª ed. Benjamim Fraenkel, RJ, pg. 497; 1990.
Relato Pessoal
Após o surpreendente resultado obtido no caso descrito da Doença Iatrogênica, em 10/80, pessoalmente decidi fazer uso do Solanum malacoxylon 5 CH, que passei a tomar 10 gotas uma vez ao dia. O objetivo, ao fazer uso dessa medicação, foi o de evitar calcificações patológicas em nosso organismo, particularmente as calcificações nas artérias carótidas tão frequentes na idade avançada, e que por reduzirem o afluxo de sangue oxigenado ao encéfalo, levam à diminuição da memória, do raciocínio e  favorecem  o desenvolvimento do Mal de Alzheimer.
Faço uso dessa medicação diária há 37 anos e atualmente com 91 anos de idade a considero como o “elixir da longa vida” devido ao estado de saúde em que me encontro. Aos 80 e aos 85 anos de idade realizei o exame “dopller” das carótidas e ambas não evidenciaram calcificações.
Além dos membros de nossa família, inúmeras outras pessoas estão fazendo uso do Solanum malacoxylon 5CH, avalio em mais de 300 pessoas, entre elas ex-alunos e colegas que contam maravilhas dos efeitos desse medicamento e difundem o seu uso. Há relatos de curas de bursites com calcificações, pontos dolorosos de calcificação musculares pós-traumáticas que desapareceram,  bem como de pessoas que tinham de 65-70%  de redução do diâmetro das carótidas e que após o uso por um ano, novo exame  revelou carótidas normais. Os efeitos desse medicamento são muito mais amplos do que a simples descalcificação das calcificações patológicas, daí a utilidade de seu uso continuado.
A indicação do uso do Solanum malacoxylon, na 5CH, quinta centesimal hahnemaniana, se fundamenta em nossa experiência e não exclui o uso de outras dinamizações.

Autor: Prof Dr Claudio Martins Real 

Referências:
ALAIN HORVILLEUR. in «Solanum malacoxylon»,2000 (busca internet)
ARNONI,O.V.”Verificação da susceptibilidade dos caprinos à ação tóxica do Solanum malacoxilon Sendt .Tese de mestrado. Porto Alegre.UFRGS,1979
DÖBEREINER J. et “Espichamento”, intoxicação de bovinos por Solanum malacoxylon, no Pantanal do mato-grossense”, Psq. Agropc. Bras., 6: 91-117,1971.
PARDI,M.C. et alli. “Ossificação pulmonar e calcificaçãovascular em bovinos do pantanal mato-groseense.” Veterinario, Rio de Janeiro,1(3): 3-7,1947

Publicado dia 02/03/2017, disponível em: http://www.realh.com.br/blog/solanum-malacoxylon/

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Dr lucas homeopatia

Prof. Dr. Lucas Franco Pacheco – Médico especialista em Homeopatia pela AMHB – AMB.

 


10 comments

  1. victor hugo leite e souza
    19 de outubro de 2018 at 11:39

    ótimo,estava estudando um medicamento adequado pois estou com grande calcificação das artérias coronaris ,visto meus score de cálcio e segudo o resultado tenho um coração de 85 anos .agora estou esperando meu medicamento mas ainda em duvidas quanto a dinamização e continuação.sou homeopata e não admitiria nada achar pra tal patologia que afeta tantos nossos pacientes .obrigado a todos pelo excelente trabalho

    Reply
  2. Nara beatriz da costa pires
    18 de fevereiro de 2019 at 02:06

    preciso saber como posso adquirir a homeopatia
    Solanum malacoxyln 5CH
    e aguardo um contato com a equipe pelo email indicado .

    Reply
  3. Marta Maiocchi
    5 de junho de 2019 at 22:17

    Para calcificação nas artérias carótidas, também seria uma boa opção de tratamento?

    Reply
  4. Jorge Lopes
    25 de junho de 2019 at 18:00

    Tenho calcificações nos ombros, joelhos, coluna cervical e num rim uma pedra com 20 mm. Desconheço se nas minhas artérias, pulmões, etc.. não estarão a desenvolver-se outras calcificações.
    Veio parar-me á mão um livro do Dr Pierre Lassieur e conheci a homeopatia. Comecei a tomar duas vezes por semana uma dose (3 grânulos) de Solanum malacoxylon 9CH. Espero tomá-lo durante vários meses, mas não sei se é a dose indicada. Agradeço a sua ajuda. Cumprimentos

    Reply
  5. ricardo luciano tumang
    27 de agosto de 2019 at 18:52

    excelente artigo e pagina . gratidão . abraços

    Reply
  6. JOSÉ BAYMA
    16 de janeiro de 2021 at 17:42

    MUITO BOM ESTE ARTIGO. USO SOLANUM MALACOXYLON EM ESPORÃO DE CALCANEO COM EXCELENTES RESULTADOS.

    OBS: NO COMPLETE REPERTORY O NOME USADO É S. GLAUCOPHYLLUM.

    Reply
  7. Maria Paschoalina
    22 de agosto de 2021 at 14:34

    Fiquei muito feliz em conhecer esta matéria. Seria indicada para calcificação da glândula pineal?
    E o fato de prevenir/ curar Alzheimer? Que maravilha!

    Reply
  8. dalilaaparecidadossantos
    24 de agosto de 2021 at 23:54

    Cura de Alzheimer?
    Aguardo
    Excelente matéria
    Gratidão
    Ir. Dalila

    Reply
  9. Renivaldo Melo
    12 de janeiro de 2022 at 01:53

    Ótima matéria.
    Com certeza irei trabalhar com meus pacientes nessa linha.
    Obrigado.

    Reply
  10. Renivaldo Melo
    12 de janeiro de 2022 at 01:55

    Com certeza irei trabalhar com meus pacientes nessa linha.
    Obrigado.

    Reply

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